segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

'I Love a Criminal' Cap. 49

*Sexta-Feira*
-04:15-
>(SEU NOME) ON<
     Enquanto Demetria e Zara se encontravam na parte da frente, Zac e eu nos encontrávamos na parte de trás juntos. Naquele momento eu não conseguia perceber muita coisa ao meu redor, minha atenção estava toda e exclusivamente voltada para Zac que mantinha sua cabeça deitada sobre meu colo.
(Seu Nome): _Você vai ficar bem meu amor. -- (Dizia enquanto acariciava seus cabelos).
Zac: _Pelo menos eu estou sem camisa amor, do jeito que você gosta. -- (Ele brincou soltando uma risada fraca).
(Seu Nome): _Preferia que não estivesse baleado também. -- (Disse sorrindo para ele tentando ao máximo controlar as lágrimas que insistiam em querer rolar pelo meu rosto).
     Por um momento o silêncio se fez presente no carro, tudo o que se podia ouvir era o som das quatro respirações se misturando. O silêncio era tanto que eu seria capaz de ouvir as batidas aceleradas do meu próprio coração caso me concentrasse.
Zac: _Eu te amo. -- (Zac disse de repente cortando o silêncio agonizante. Dei um sorriso para o mesmo diante de tal frase de carinho).
(Seu Nome): _Eu também te a... -- (Me interrompi assim que percebi o que se passava ali) -- Meu Deus você disse eu te amo numa forma de dizer adeus. Você nem ouse se despedir. 
Zac: _(Seu Nome)...
(Seu Nome): _Nem pense nisso Zachary Efron. Você vai ficar bem entendeu? -- (Zac apenas permaneceu em silêncio evitando olhar em meus olhos) -- Zac... -- (Disse segurando seu rosto o fazendo me fitar) -- ... Você me entendeu? -- (Ele deu um sorriso de lado e apenas assentiu) -- Ótimo. Agora se concentre em se manter acordado ok?
Zac: _Tudo bem meu amor. -- (Apenas dei um sorriso para o mesmo enquanto acariciava seus cabelos).
     Passei o restante da viagem com minha atenção totalmente voltada para Zac que embora não falasse muito eu sabia que estava morrendo de medo de que algo acontecesse com o mesmo, mas eu não permitiria que nada o tirasse de mim. NADA. Depois de longos minutos com minha atenção totalmente voltada para Zac decidi finalmente desviar meu olhar por um momento observando a estrada, quando de repente algo me pareceu familiar. Familiar até demais.
(Seu Nome): _Para onde estamos indo? -- (Perguntei olhando para Demetria que apenas permaneceu em silêncio) -- Demetria me responda, para onde estamos indo? -- (Perguntei novamente, pude ouvir um suspiro sair de sua boca antes que a mesma me respondesse).
Demi: _Estamos indo para casa.
(Seu Nome): _Como assim? Não sei se você percebeu, mas Zac foi baleado, ele precisa ir para um hospital, não para casa. -- (Disse nervosa, mas Demetria novamente ficou em silêncio continuando o caminho) -- NÓS VAMOS PARA O HOSPITAL DEMETRIA. AGORA. -- (Gritei ficando nervosa).
Zac: _Amor. -- (Ouvi a voz de Zac que colocou sua mão sobre a minha que pressionava seu ferimento evitando que o mesmo perdesse mais sangue) -- Você sabe que não podemos ir para um hospital. Sabe o que aconteceria caso eu desse entrada em um.
(Seu Nome): _Não estou nem aí para o que vai acontecer, o importante agora é salvarmos a sua vida. Lá a gente inventa um nome falso ou algo assim.
Zac: _Você sabe o que aconteceria.
(Seu Nome): _Não, eu não sei o que aconteceria, mas sei o que pode acontecer se não te levarmos para lá. -- (Disse o olhando nos olhos e direcionando meu olhar para Demetria que se mantinha em silêncio) -- Vamos para o hospital Demetria. -- (Ordenei, mas a mesma simplesmente me ignorou) -- Demetria acho melhor você mudar a merda dessa rota antes que eu tome o controle desse carro a força. -- (Disse entredentes, mas de nada resolveu) -- DEMETRIA.
Zac: _NÃO. -- (Me assustei ao ouvir Zac gritar, olhei para o mesmo e apesar da pouca luz eu podia ver seus olhos cheios de lágrimas) -- Eu não quero que meus últimos momentos sejam em uma sala de cirurgia rodeado de médicos e enfermeiros (Seu Nome).
(Seu Nome): _Você não vai morrer Zac. -- (Disse já sentindo as lágrimas invadirem meus olhos novamente).
Zac: _Chegou a hora de encararmos a realidade meu amor. Eu estou perdendo muito sangue, algum órgão deve ter sido perfurado, nós sabemos muito bem o que aconteceria se me levassem para um hospital. Os médicos certamente me levariam as pressas até o centro cirúrgico, iriam me abrir, retirar a bala, e caso eu conseguisse sair vivo ainda iria depender de um transplante, não demoraria muito até que eles puxassem informações sobre mim e quando descobrissem quem eu sou informariam a polícia. Eu até poderia sair do hospital vivo, mas de que iria adiantar se eu saísse direto para minha pena de morte?
(Seu Nome): _Você não sabe se as coisas seriam assim. -- (Podia sentir minha voz falhar por conta do choro que eu tentava a todo custo segurar).
Zac: _Apenas fique comigo. -- (Ele pediu limpando minhas lágrimas).
(Seu Nome): _Eu estou aqui meu amor. -- (Respondi deixando as lágrimas rolaram enquanto depositava um selinho em seus lábios).
     Não demorou muito para que chegássemos até a nossa casa, assim que Demetria estacionou a mesma saiu do carro abrindo a porta de trás e pegando Zac em seus braços. Saí do carro e em passos apressados segui Demetria até a entrada da casa. Entramos já nos deparando com todos, ou quase todos, presentes na sala.
Paul: _Filho. -- (Paul disse desesperado assim que viu o filho sendo carregado) -- O que aconteceu com ele?
Demi: _Ele foi atingido. Onde posso colocá-lo? -- (Percebi que Paul ficou totalmente sem reação diante da notícia. Percebendo que ele não estava em condições de guiar ninguém, resolvi tomar a frente da situação).
(Seu Nome): _Vem Demetria, vamos levá-lo para o quarto.
     Seguimos escada acima enquanto todos apenas nos seguiam. Direcionei Demetria até o quarto de Zac, abri a porta e ela entrou o colocando com cuidado sobre a cama. Corri abrindo as janelas deixando com que a brisa da madrugada entrasse pelas mesmas, acho que um lugar mais arejado seria mais agradável. Voltei para perto de Zac logo em seguida.
Paul: _Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? -- (Paul estava um tanto quanto alterado, e eu não o culpo, ver o filho chegando baleado não deve ser nada fácil).
Angelina: _Paul se acalme...
Paul: _Me acalmar? ME ACALMAR? Meu filho chega baleado e completamente ensanguentado e você me pede calma? A ÚLTIMA COISA QUE EU QUERO AGORA É ME ACALMAR.
Zac: _Pai. -- (A voz fraca de Zac soou no cômodo fazendo com que todos os olhares se voltassem para o mesmo, inclusive o de Paul).
Paul: _Não se preocupe filho, tudo vai ficar bem ok? Nós vamos te levar para o hospital e tudo vai ficar bem.
Zac: _Não, eu não quero ir para o hospital.
Paul: _O quê? Como assim não quer ir Zac? Você por acaso enlouqueceu? É claro que você vai para o hospital. Você vai e vai ficar tudo bem entendeu? -- (Percebi que assim como eu, Paul não conseguia enxergar bem os fatos, apesar de Zac já se mostrar claramente fraco ele não conseguia entender a gravidade de tudo).
(Seu Nome): _Paul será que nós podemos conversar a sós por um momento? -- (Perguntei apreensiva e o mesmo apenas assentiu) -- Eu já volto meu amor. -- (Disse para o mesmo que apenas assentiu. Depositei um selinho em seus lábios e saí do quarto logo em seguida sendo acompanhada por Paul).
Paul: _Acho melhor você ser rápida  (Seu Nome), Zac precisa de ajuda.
(Seu Nome): _Eu sei, eu sei. -- (Disse o fitando. Suspirei e comecei a falar) -- Paul eu sei que você deve estar assustado, assim como eu também estou, e Zac certamente também está, mas todos nós precisamos respirar fundo e tentar agir racionalmente. -- (Dei uma breve pausa antes de dar continuidade a minha fala) -- Zac não quer ir para o hospital.
Paul: _Ele não sabe o que quer (Seu Nome). Levá-lo para o hospital é o único jeito de salvá-lo, e você sabe disso. Essa questão não está aberta para discussões. -- (Ele disse firme começando a caminhar em direção ao quarto novamente, quando eu apenas o segurei pelo braço fazendo o mesmo me olhar).
(Seu Nome): _Não é isso o que Zac quer.
Paul: _Ele está baleado, ele não sabe o que quer.
(Seu Nome): _ELE ESTÁ MORRENDO. -- (Gritei fazendo com que Paul me olhasse assustado. Só quando as palavras saíram pela minha boca que eu me dei conta do peso que elas carregavam. Senti meus olhos marejarem e quando olhei para Paul percebi que ele estava como eu) -- Me... Me desculpa.
Paul: _Eu não quero perder o meu filho.
     Pela primeira vez vi Paul daquela forma. Ele estava morrendo de medo, parecia uma criança assustada diante de seu maior pesadelo. Caminhei até ele o abraçando tentando assim confortá-lo. Depois de um tempo nos separamos e eu o olhei nos olhos.
(Seu Nome): _Eu também estou com medo, mas Zac está mais assustado do que nós dois, e ele precisa da gente. Precisa se sentir amado enquanto ainda pode.
     Paul apenas assentiu e logo em seguida voltamos para dentro do quarto encontrando todos ali presentes. Vin Diesel e Angelina se encontravam ao lado de Zac, ambos se levantaram e saíram dando a chance para que Paul e eu nos aproximássemos. Preferi dar mais espaço para que Paul pudesse conversar com o filho, então me mantive um pouco distante.
>(SEU NOME) OFF<
>PAUL ON<
Zac: _Pai. -- (Era perceptível o quão fraca estava a voz de Zac).
Paul: _Oi filho. -- (Respondi dando um sorriso triste e me aproximando de meu garoto).
Zac: _Aposto que se sente culpado pelos doces que não me deixou comer quando eu ainda era pequeno. -- (Ele disse sorrindo, dei uma leve riada e me sentei ao seu lado segurando suas mãos).
Paul: _E eu aposto que sua mãe estaria jogando em minha cara que foi uma péssima ideia ter te deixado brincar com armas quando ainda era uma criança. -- (Respondi o fazendo rir. Assim que nossas breves risadas cessaram ficamos nos encarando por alguns segundos em silêncio) -- Me perdoe.

Zac: _O quê? -- (Indagou confuso. Suspirei e comecei a falar).
Paul: _Antes que sua mãe morresse eu a prometi que cuidaria bem de você, e que não deixaria que nada nunca te machucasse. Os anos foram se passando, vi você passar de garoto para um homem forte, e quando percebi que havia chegado tão longe sem ela pensei que havia conseguido, e por um momento senti que havia cumprido a minha promessa, mas agora, vendo você nesse estado, eu... -- (Dei uma breve pausa na tentativa falha de tentar segurar as lágrimas que insistiam em cair) -- ... Eu nunca tive tanta certeza do meu fracasso. Então me perdoe, me perdoe por ter fracassado com você, me perdoe por não ter conseguido ser o pai que você precisava, me perdoe por...

Zac: _Você foi o melhor pai que eu poderia querer. -- (Ele disse me interrompendo fazendo com que eu o olhasse nos olhos) -- O melhor de todos. -- (Dei um leve sorriso enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto) -- E se houver alguma coisa depois disso, e por algum acaso eu reencontrar a minha mãe pode deixar que eu falo que a culpa não foi sua. -- (Rimos juntos por alguns segundos, e nos olhamos novamente).
Paul: _Eu te amo filho.
Zac: _Eu te amo pai.
     Dei um sorriso e o abracei. Aquele havia sido nosso primeiro abraço em muito tempo. Sem mais lutar contra minhas lágrimas eu finalmente as deixei cair livremente sobre meu rosto, e então me permiti chorar de verdade.

>PAUL OFF<
>(SEU NOME) ON<
     Depois de Paul outras pessoas se aproximaram de Zac para poderem se despedir. Durante todo esse tempo eu me mantive afastada, confesso que estava com medo de me aproximar, estava com medo de ter que me despedir. Aquilo era a última coisa que eu queria naquele momento, mas eu sabia que teria de fazer. Suspirei e saí do quarto indo para o corredor. Encostei minhas costas na parede e fechei meus olhos suspirando fundo tentando controlar a enorme vontade de chorar.
Zara: _Por que saiu de repente? -- (Zara perguntou aparecendo ao meu lado).
(Seu Nome): _Precisava de um pouco de ar. -- (Respondi e então ficamos em silêncio por alguns minutos).
Zara: _Não acha que está na hora de ir até lá? -- (Suspirei e disse).

(Seu Nome): _Eu estou com medo. 
Zara: _Eu sei, mas Zac também está. Ele precisa de você (Seu Nome), e vocês dois precisam desse momento, sabe disso. -- (Antes que eu pudesse respondê-la vi todos saírem do quarto de Zac. Os encarei por um momento sem entender o que estava acontecendo).
Paul: _Ele quer te ver. -- (Olhei para Zara um tanto quanto insegura, ela apenas me lançou um olhar encorajador e sussurrou).
Zara: _Está na hora. -- (Assenti e voltei meu olhar para frente. Caminhei até a porta do quarto, suspirei e entrei no cômodo).
Zac: _Olha quem veio me ver. -- (Ele disse dando um sorriso de leve enquanto me olhava com seus olhos cansados).
(Seu Nome): _Oi amor. -- (Disse sorrindo e me sentando ao lado dele).
Zac: _Pensei que não fosse vir aqui me ver.
(Seu Nome): _Me perdoe. Eu estava com... -- (Acabei me interrompendo ao perceber o quão egoísta aquilo soaria).
Zac: _Medo? Você estava com medo? -- (Ele perguntou me olhando. Suspirei e assenti).
(Seu Nome): _Sim. Eu estava com medo, mas sei que não deveria. Me desculpe, estou sendo egoísta. 
Zac: _Não amor, você não está sendo egoísta. Sentir medo é normal, eu estou com medo também. 
(Seu Nome): _Mas é diferente Zac.
Zac: _Diferente por quê? Por que sou eu quem está morrendo?
(Seu Nome): _Não fale assim. -- (Disse desconfortável sentindo as lágrimas começarem a brotar em meus olhos).
Zac: _Desculpa amor, não quero que você chore. -- (Ele disse limpando minhas lágrimas).
(Seu Nome): _Não quero que você morra. Não quero te perder. -- (Disse já com minha voz embargada).
Zac: _Você não vai me perder nunca. Sabe disso. -- (Apenas fiquei em silêncio) -- Ei, qual é o nosso lema? -- (Ele perguntou me olhando) -- Vamos, você sabe. -- (Disse levantando sua mão. Suspirei e comecei a falar).
(Seu Nome): _Para sempre serei o seu Porto Seguro. -- (Falei segurando sua mão).
Zac: _Para sempre serei o seu Porto Seguro. -- (Dei um sorriso de leve e me curvei o beijando).

(Seu Nome): _Sabe que não vou aguentar as barras se você se for não é? -- (Disse com os olhos marejados).
Zac: _É claro que vai, você é forte e sabe disso. Eu acredito em você meu amor, está na hora de começar a fazer o mesmo.
     Dei um pequeno sorriso e com cuidado me deitei ao seu lado repousando minha cabeça sobre seu peito, e ali ficamos durante um bom tempo, apenas nós dois ao som da chuva que começava a cair do lado de fora indicando que o dia certamente começaria nublado e frio.
     Depois de alguns longos minutos Zac me pediu para chamar o restante do pessoal, ele já começara a dar sinais de que estava começando a partir. Rapidamente saí do quarto voltando logo em seguida com todos os outros que se juntaram ao redor da cama. Voltei a ficar ao lado do mesmo, mas dessa vez me ajoelhei no chão e fiquei acariciando seus cabelos com uma mão enquanto com a outra eu segurava suas mãos frias e suadas.
     O lugar fora tomado pelo absoluto silêncio, fazendo com que o cenário ficasse ainda mais melancólico. Zac mal conseguia manter seus olhos abertos, sua pele estava úmida e fria, e sua respiração se tornara cada vez mais ofegante. Todos tinham seus olhares voltados para ele, e eu me mantinha atenta a cada sinal de seu corpo. Meus olhos involuntariamente se encheram de lágrimas ao perceber que a situação de Zac se tornava pior a cada minuto. Percebendo que já não restava muito tempo eu me aproximei mais dele sussurrando em seu ouvido.
(Seu Nome): _Vá em paz meu amor. Eu te amo.
     E então juntei meus lábios aos dele, e em um beijo carregado de dor e amor nós nos despedimos. Assim que nossas bocas se separaram, com as poucas forças que lhe restavam Zac abriu seus olhos me fitando pela última vez, um pequeno sorriso se formou no canto de sua boca fazendo com que meu coração por um momento se aquecesse novamente, mas então no segundo seguinte seus olhos azuis se perderam diante de mim, seus sorriso aos poucos desapareceu e um último suspiro saiu de sua boca batendo contra meu rosto.
     Zac havia partido, e por um momento eu me encontrei totalmente perplexa diante de seu corpo. Só voltei a mim quando um soluço derivado do choro de alguém soou em meus ouvidos, olhei a minha volta encontrando algumas pessoas aos prantos enquanto outras apenas me olhavam com receio. Senti minhas vistas ficarem embaçadas e só então percebi que estava chorando. Voltei meu olhar para Zac já sem vida sobre a cama e minha única reação foi me deitar sobre seu peito e abraçar seu corpo.
     Com muito sacrifício Zara conseguiu me tirar de cima do corpo de Zac e me levar até o meu quarto onde ficamos esperando para sermos chamadas para o funeral dele. Por algum motivo nenhuma lágrima saiu de meus olhos desde o momento que saí do quarto de Zac, eu não conseguia explicar, a tristeza estava presente, mas as lágrimas pareciam já não fazerem mais parte de mim. Assim que Angelina bateu em nossa porta avisando que tudo já estava pronto Zara me segurou pelo braço e juntas descemos até a parte de trás da casa onde havia um pequeno cemitério familiar. 
     Preferi não dizer nenhuma palavra e nem recitar nenhum discurso fúnebre, internamente eu sabia que Zac certamente odiaria coisas assim em seu funeral, mas achei que seria insensível da minha parte impedir que os demais se despedissem como quisessem, então apenas permaneci em silêncio e cabisbaixa, as lágrimas ainda insistiam em não cair. Assim que o caixão desceu e a terra lhe tampou por completo eu simplesmente saí dizendo que não me sentia bem e precisava ficar um pouco sozinha. Ignorando totalmente o funeral do amigo de Justin que também havia morrido durante toda aquela confusão eu simplesmente subi as escadas indo para o meu quarto me trancando no mesmo. Quando me vi sozinha me recostei sobre a porta fechando meus olhos e respirando fundo. Me direcionei para o banheiro, enchi a banheira e tomei um longo banho tentando ao máximo relaxar o meu corpo. Assim que terminei sequei meu corpo, me enrolei em um roupão e voltei para o quarto decidida a deitar e dormir. Apaguei a luz do quarto o deixando iluminado apenas pelos abajures, caminhei até minha cama e no meio do caminho sinto um tecido tocar os meus pés, olho para o chão e percebo que se tratava de um camisa que Zac havia esquecido aqui. Me abaixo pegando a peça, volto a ficar ereta e com a camisa ainda em minhas mãos fico a observando por alguns segundos, involuntariamente a levo até meu nariz inalando o doce perfume que ainda havia nela. Sinto enfim meus olhos lacrimejarem, a dor volta a habitar o meu peito e como que por impulso eu me deito em minha cama abraçando a camisa deixando-a bem perto de meu rosto. Enquanto minhas lágrimas molham meu travesseiro e o som da chuva preenche o meu quarto eu involuntariamente fecho os meus olhos tentando ao máximo sentir a presença dele, embora eu soubesse que seria em vão. Em meio a tudo aquilo minha mente aos poucos relaxava, e meu corpo se entregava ao cansaço fazendo com que eu enfim adormecesse.


Continua...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

"I Love a Criminal" Cap. 48

*Sexta-Feira*
-03:45-
>(SEU NOME) ON<
     Assim que o som do disparo ecoou pelo cômodo Demetria inexplicavelmente me agarrou indo para trás da parede. Passei meus olhos pelo cômodo ainda sem entender o que estava acontecendo e assim que vi Zac caindo já ensanguentado senti meu coração apertar.
(Seu Nome): _ZAC. -- (Gritei tentando me soltar dos braços de Demetria) -- ME SOLTA, ME SOLTA. -- (Gritei me debatendo).
Demi: _(Seu Nome) para. -- (Ela disse segurando em meus ombros enquanto me mantinha presa contra a parede).
(Seu Nome): _Não, ele foi atingido, precisa de mim. -- (Respondi relutante).
Demi: _Ele foi atingido, não adianta você correr até lá. Temos que sair antes que a gente morra. 
(Seu Nome): _O quê você está falando? Eu não vou deixar ele sua idiota. -- (Esbravejei nervosa).
     Um novo tiro foi disparado, imediatamente olhei em volta assustada, mas logo me dei conta de que o disparo havia partido de Justin que acabara de matar o desgraçado que atirou em Zac. Voltei meu olhar para Demetria que ainda me segurava, a empurrei e comecei a ir em direção a Zac, mas logo sinto uma mão me puxar, imagino ser Demetria então involuntariamente preparo minha mão para lançá-la contra seu rosto, porém me contenho assim que vejo Zara.
Zara: _Temos que ir. 
(Seu Nome): _Eu não vou deixá-lo Zara.
Zara: _E se ele estiver morto? -- (Engoli em seco diante de sua frase já sentindo as lágrimas invadirem meus olhos) -- Não quero parecer cruel, mas esses caras não estão de brincadeira, eles atiram pra matar.
(Seu Nome): _Você foi atingida de raspão, Zac pode ter tido a mesma sorte.
Zara: _Que seja, eu adoro o Zac e você sabe disso, mas eu te amo, e não vou deixar você se arriscar dessa forma.
(Seu Nome): _Se fosse o Bieber lá em cima duvido que você estaria dizendo isso Zara. Você não manda em mim, sou responsável pelos meus atos, e eu disse que vou, então me solta.
Zara: _Não. -- (Ela disse firme. Trinquei os dentes sentindo o ódio dentro de mim).
(Seu Nome): _Escuta aqui...
Demi: _Eu vou. -- (Demetria disse atraindo todos os olhares para ela).
(Seu Nome): _Como?
Demi: _Eu disse que eu vou. Vocês saem daqui, peguem um carro e vão o mais rápido possível pra longe desse lugar, eu subo, pego ele e saio, se eu conseguir chegar até um dos carros apenas entro e vou embora com ele. -- (Fiquei totalmente perplexa diante da proposta de Demetria. Eu realmente não esperava isso dela).
(Seu Nome): _Eu... eu não sei.
Zara: _Para com isso (Seu Nome), ela já se ofereceu, você vai aceitar e sair dessa casa comigo entendeu?
(Seu Nome): _Não sei se posso confiar nela. -- (Demetria apenas revirou os olhos direcionando sua atenção para Zara ignorando totalmente meu comentário).
Demi: _Levem ela pra bem longe, eu alcanço vocês. 
Zara: _Ok. Boa sorte.
Demi: _Para vocês também. Agora vão.
     Senti Zara me puxar enquanto eu mantinha meu olhar paralisado sobre Demetria que apenas deu um sorrisinho de lado enquanto me olhava nos olhos. Não faça nenhuma merda Demetria.
>(SEU NOME) OFF<
>DEMI ON<
     Meus olhos ficaram fixos nos de (Seu Nome) enquanto a mesma era arrastada pela irmã para fora daquela casa. Assim que os três saíram pela porta um suspiro saiu pela minha boca. Respirei fundo olhando para a escada enquanto preparava minha arma. Vamos lá. Saí correndo escada acima enquanto disparava contra alguns engravatados que apareciam na sala. Assim que cheguei perto do garoto caído no chão o virei para ter certeza de que ainda estava vivo. Quando me viu seu olhar ficou surpreso.
Zac: _Olha quem veio me salvar. Quem diria. -- (Disse irônico enquanto um sorriso de lado habitava seu rosto).
Demi: _Não estou aqui por você. Só para deixar claro.
Zac: _Podia ter deixado eu me iludir nos meus últimos momentos de vida. -- (Apesar de estar com uma bala enterrada no abdômen o imbecil não conseguia perder o senso de humor).
Demi: _Cala a boca, você não vai morrer, pelo menos não hoje. -- (Disse o arrastando até a parede enquanto o mesmo gemia de dor. O deixei escorado na mesma de forma que ficasse sentado).
Zac: _Por que se importa?
Demi: _Não me importo. -- (Enquanto conversava com o mesmo levantei sua blusa limpando um pouco do sangue que saia de dentro dele) -- Está saindo muito sangue. -- (Disse para mim mesma).
Zac: _Eu sei que não, mas a (Seu Nome) se importa não é mesmo? -- (Ele perguntou fazendo com que eu o olhasse por breves segundos).
Demi: _Você é o namorado dela, então provavelmente sim ela se importa. -- (Respondi voltando a analisar seu ferimento. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa disparos vieram contra nós, olhei para baixo vendo dois dos engravatados com armas apontadas em nossa direção) -- Droga. -- (Peguei a arma apontando para eles e disparando vendo ambos caírem ao chão. Rapidamente voltei a atenção para Zac).
Zac: _Por que está aqui Demetria? Não seria muito mais fácil me deixar para trás?
Demi: _Prometi a (Seu Nome) que tiraria você daqui, e eu não vou quebrar mais uma promessa com ela. Já falhei muito, não posso continuar falhando, não com ela. -- (Muito sangue saía de dentro dele, provavelmente a bala havia atingido algum órgão) -- Você está perdendo muito sangue, precisamos estancar o sangramento. Vou ter que tirar sua blusa. -- (Disse a rasgando fazendo uma espécie de faixa para enrolar em seu abdômen).
Zac: _Você a ama?
Demi: _O quê? 
Zac: _(Seu Nome). Você a ama, não é? -- (O olhei rapidamente e logo depois voltei minha atenção para a faixa que eu começava a enrolar em seu abdômen).
Demi: _O que nós tivemos é passado. 
Zac: _Não foi essa a minha pergunta. -- (Fiquei em silêncio por alguns segundos, suspirei e respondi).
Demi: _É, eu a amo. -- (Respondi e ele apenas riu) -- Do que está rindo?
Zac: _De você. 
Demi: _O quê? 
Zac: _Estou rindo da sua enorme burrice Demetria. -- (Ele disse rindo, e antes que eu pudesse respondê-lo o mesmo continuou) -- Ela também te amou, sei disso. Ela te amou de um jeito que ninguém nunca vai te amar. Mas você percebeu tarde demais que ela era única, e agora sabe que a perdeu. E você? É uma grande idiota por ter a deixado partir. -- (Apenas fiquei em silêncio) -- Como a deixou ir?
Demi: _Eu não sei... (suspiro) ... Não sei.
Zac: _Se quiser mudar as coisas entre vocês terá de correr atrás.
Demi: _Por que está falando essas coisas para mim? Você não a ama?
Zac: _É claro que amo. Seria louco se não amasse.
Demi: _O quanto? -- (Perguntei olhando para seu rosto).
Zac: _O quê? 
Demi: _O quanto você a ama? -- (Ele deu um leve sorriso).
Zac: _O suficiente para deixá-la ser feliz com outra pessoa.
Demi: _Vou adorar ver sua cara quando eu tirá-la de você Zachary.
Zac: _Você não vai precisar tirá-la de mim Demetria. Sabe disso.
Demi: _Cala a boca. Eu já disse que você não vai morrer hoje.
Zac: _Não se faça de idiota Demetria, eu sei que você não é. Eu estou perdendo muito sangue, a bala provavelmente perfurou algum órgão, e nós dois sabemos que não vai dar tempo de me levar à um hospital. Não adianta negar os fatos.
Demi: _Ok, quer saber de uma coisa? -- (Disse o olhando nos olhos) -- Não era nem para eu estar aqui entendeu? Agora eu deveria estar bem longe da merda dessa casa, mas não, eu estou aqui tentando salvar sua vida porque uma garota incrível realmente se importa com você. Eu estou pouco me fodendo para o que você quer, tudo o que eu sei é que (Seu Nome) precisa de você, então que se fodam os fatos. Você disse que a ama, então prove e aguente firme seu desgraçado. -- (Ele me olhou em silêncio por alguns segundos).
Zac: _Atrás de você. 
Demi: _O quê? 
Zac: _Atrás de você, rápido. -- (Rapidamente me virei para trás vendo um inimigo já conosco na mira, peguei a arma apertando o gatilho, mas nada saiu).
Demi: _Droga. -- (Vi o imbecil dar um sorriso vitorioso, mas antes que o mesmo pudesse atirar puxei minha outra arma disparando dois tiros contra o mesmo, acertando-o no peito) -- Está na hora de darmos o fora daqui. -- (Disse voltando minha atenção para Zac).
Zac: _Antes me prometa uma coisa.
Demi: _O quê? 
Zac: _Você vai cuidar bem dela. -- (Revirei os olhos o ignorando).
Demi: _Cala a boca e vamos dar o fora daqui. -- (Disse passando um de seus braços em meu pescoço enquanto segurava sua cintura com a mão livre) -- Isso vai doer, mas é melhor você aguentar firme.
Zac: _Antes me prometa.
Demi: _Você não vai morrer, eu já disse.
Zac: _Me prometa Demetria. -- (Falou firme. Suspirei o olhando nos olhos).
Demi: _Eu te prometo. Agora vamos dar o fora daqui. -- (Respondi o levantando fazendo o mesmo gritar de dor).
Zac: _Eu quero te matar por me fazer sentir tanta dor sua desgraçada.
Demi: _Pra isso você primeiro precisa sobreviver. Vamos nessa.
    Comecei a arrastá-lo para fora dali, e a cada passo ele gemia de dor. Alguns engravatados surgiram enquanto saíamos, e por sorte consegui dar conta de todos. Acabei levando um tiro de raspão no ombro, mas não era nada que pudesse me matar. Assim que saímos pela porta logo vimos Zara, Justin e (Seu Nome) escorados em um dos carros. O que eles ainda fazem aqui? Quando nos viu (Seu Nome) abriu um enorme sorriso ao ver que seu amado ainda estava vivo.
Zac: _Se vacilar com ela de novo eu volto do inferno para te atormentar Demetria. -- (Zac sussurrou enquanto andávamos em direção á eles).
Demi: _Ok. -- (Disse dando uma leve risada).
(Seu Nome): _Meu amor. -- (Ela disse entre lágrimas enquanto o abraçava).
Zac: _Vai com calma gata, eu ainda estou baleado. -- (Ele disse soltando uma leve risada).
(Seu Nome): _Desculpa. -- (Pediu o olhando preocupada. Seu olhar se voltou para mim por um momento) -- Obrigada. -- (Dei um sorriso de lado e apenas assenti para ela).
Justin: _Ok. Agora que já estamos todos aqui podemos ir embora.
Demi: _O pessoal conseguiu sair?
Justin: _Sim. Não sabemos exatamente quantos, mas estão faltando alguns carros então...
Demi: _Devemos voltar?
Justin: _É melhor não, já nos arriscamos demais, o melhor a fazer é torcer para que eles tenham a mesma sorte que nós. 
Zara: _Acho que alguns tiveram. -- (Zara disse olhando para a entrada. Me virei olhando para a mesma e vendo Lauren, Camila, Ally e Angelina saindo pela porta).
Lauren: _Que bom que conseguiram sair.
Demi: _Restou mais alguém lá dentro?
Lauren: _Não sabemos, mas não vimos ninguém.
Angelina: _O que aconteceu com você Zac?
Zac: _Fui baleado, mas estou bem, não se preocupa.
Angelina: _Você não parece bem. Seu pai já sabe?
Zac: _Não, ele não me viu.
Angelina: _É melhor irmos logo pra casa.
Justin: _Concordo. Temos companhia. -- (Olhei para trás vendo alguns dos homens, voltei meu olhar para (Seu Nome) e disse).
Demi: _Entra no carro, precisamos ir rápido. -- (Ela apenas assentiu abrindo a porta do carro e entrando no mesmo se sentando no banco de trás, coloquei Zac deitado no mesmo e fechei a porta enquanto Bieber e os outros trocavam tiros com os inimigos) -- Vou levá-los, mais alguém vem?
Zara: _Eu. -- (Zara disse apressada) -- Justin...
Justin: _Tudo bem, sua irmã precisa de você, vai lá. Eu te vejo em casa.
Zara: _Te vejo em casa. -- (Disse dando um breve beijo no mesmo).
Demi: _Vamos? -- (Ela apenas assentiu. Abri a porta sentando no banco do motorista enquanto Zara se sentava no banco do carona. Liguei o carro e dei a partida).

>DEMI OFF<

Continua...